Recentemente, a Caixa Econômica Federal, uma das principais financiadoras de imóveis do Brasil, anunciou a redução das taxas de financiamento e o aumento do percentual do valor a ser financiado para compra de imóvel usado. As mudanças são para linhas de financiamento que utilizam recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo.
O momento é excelente para quem pretende comprar ou investir em imóveis. E para tirar algumas dúvidas sobre esse assunto, a Constroen bateu um papo com Reinaldo Cafeo, que é doutor, mestre e especialista em economia e finanças. Ele apontou as vantagens de adquirir o imóvel dos sonhos nesse momento que a economia brasileira volta a reagir. Confira!
- Como economista, de que forma você avalia esse recuo das taxas de financiamento para imóveis?
Os consumidores tomam decisões de investimentos considerando três importantes variáveis: poupança (reserva de dinheiro), renda e crédito. Quando não há poupança suficiente o crédito se apresenta como alternativa. A renda, neste caso, é a garantia futura para honrar os compromissos. Há muitos profissionais liberais, funcionários públicos, empresários e demais profissionais do mercado que já perceberam que o pior da crise econômica brasileira ficou para trás. Mais confiantes analisam o crédito como forma de antecipação de seu investimento. Toda vez que as taxas do financiamento caem há estímulo a demanda. Desta maneira, as famílias devem sair do período de cautela e estimulados pelo acesso ao crédito mais barato, voltarem a demandar bens e imóveis. A queda nos juros ajudará no estímulo a retomada das vendas do setor imobiliário.
- É um bom momento para as pessoas investirem na compra de imóveis?
Quando os juros no mercado caem, como é o caso atual, os investidores analisam outras formas de investir. Os imóveis sempre se apresentaram como boas alternativas, pois combinam valorização e segurança. Há ainda o componente “realização do sonho da casa própria” o que motiva ainda mais aqueles que querem aliar investimento e satisfação pessoal. Considerando a queda nos juros e o preço convidativo dos imóveis, o momento é propício para compra.
- Quais as principais vantagens, neste momento, de comprar um imóvel financiado aproveitando esse recuo?
É o custo final. São poucas famílias que conseguem juntar dinheiro para comprar um imóvel a vista. Poupar mês a mês é uma alternativa, mas o horizonte de tempo é muito longo. Assim a compra financiada se apresenta como alternativa. Como estes financiamentos são de longo prazo, o valor mensal da prestação pode estar muito alinhado com o valor pago no aluguel, portanto, a família substituirá despesa por investimento. Também para os investidores que não querem se descapitalizar, o financiamento a juros mais em conta pode garantir bom retorno ali na frente.
- Nos últimos meses, foi possível notar uma melhora na economia brasileira. Você acredita que o setor imobiliário vai se beneficiar com essa melhora?
A recuperação econômica está vindo lentamente, mas está vindo. Saímos de dois anos de recessão, tivemos recuperação pequena em 2017 e este ano deveremos crescer por volta de 2,5% em termos reais ou algo próximo a 6,5% em termos nominais. As projeções apontam que o setor imobiliário deve crescer nominalmente 5% este ano. O primeiro trimestre deste ano ainda não apontou para números expressivos, mas o consumo das famílias e o setor externo brasileiro auxiliarão na recuperação da geração de riqueza interna. Com a retomada mais forte, que logo virá, todos os setores são beneficiados, e isso permite o reaquecimento do setor imobiliário posto que o déficit habitacional é elevado e que as famílias sonham em ter seu próprio imóvel e, dependendo do poder aquisitivo, ter o imóvel dos sonhos.
- Quais as dicas você dá para quem quer comprar imóveis como forma de investimento?
Analisar as oportunidades que surgem quando o setor está estocado como é a realidade atual. É o momento de realizar uma boa compra e com isso alavancar seu investimento. Como colocado, com juros em queda, e estoque disponível de imóveis é o momento de conseguir bons ganhos. O investidor deve analisar a localização, o padrão do imóvel, e a possibilidade futura de valorização. Com isso se cercará de todas as variáveis para atingir o retorno esperado.
- E para quem quer sair do aluguel e comprar o primeiro imóvel?
Analisar custo/benefício. Quem tem recursos aplicados os juros atuais remuneram menos, portanto, indicativo de investimento em imóvel. Quem não tem todo recurso, com juros em queda o valor do aluguel pode ser bem próximo ao valor da prestação, portanto bom momento para sair do aluguel. Os preços convidativos potencializam o retorno na análise aluguel x imóvel próprio, favorável a compra de imóvel.
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